domingo, 26 de junho de 2011

Inércia (de volta ao barco)



"(...) Se falo em mim e não em ti
 É que nesse momento
Já me despedi
Meu coração ateu
Não chora e não lembra
Parte e vai-se embora "
(Coração Ateu - Sueli Costa).

O barco que nos leva e traz vem à tona e num impulso protecionista "cá e lá"² novamente se habita em mim.

E ao som de canções de Sueli Costa, interpretadas por Lucinha Lins, "eu recuo, eu prossigo e eu me ajeito. Eu me omito, eu me envolvo e eu me abalo. Eu me irrito, eu odeio, eu exito. Eu reflito e me calo" (Cão Sem Dono - Sueli Costa).

 Sem perspectiva... [des]posicionada. E pouco expressiva. Quase nula... encontro-me e não me reconheço. 
A vida me arranca o emprego, me trava a coluna, a conclusão dos fatos, o curso, a monografia, o sentimento e alastra por todos os lados o medo, o cabo do medo, o abuso, o abuso do medo, o insulto, o insulto do medo. 
A clareza é evidente e inalcançável nessa polaridade de quereres e não quereres do que externamente interfere no que em mim se oculta e se expele alternadamente, como de costume, apesar de todo altruísmo e poder de decisão, inerente à minha personalidade agora totalmente inerte em meio a tanto vento.

domingo, 19 de junho de 2011

Brandura a me vestir...


Perseguição branda da maturidade imatura de ser inteira por parte...

Objetivo direto e meigo de agir com serenidade, afastando de dentro toda agitação na tentativa de uma perspectiva diferente da habitual.

Racionalidade e alçadas maiores que se cruzam ao longo do tempo, que não é medido com grande exatidão.

Desejo árduo de se integrar à tudo que é solto e profundo na infinitude dos seres e seus devaneios que surgem e inspiram vôos e flashbacks.

Medo tênue que não assusta, nem abandona essa trajetória pouco e muito linear dessa breve estória.


Verdades expostas à cara limpa e dura, e doce e linda noite-manhã. 


Invisibilidade declaradamente dúbia e digna de se viver nessa "lua a furar nosso zinco".


Variabilidade de influências e contornos que a vida traz à tona e oculta num piscar de olhos para o sono cair como uma pluma, sem ruído e sem pesar.

Peso do algodão que veste o corpo num dia fresco ou do cobertor que esquenta a noite.Não há isenção, não tem hora, nem previsão

...um doce mistério que paira como uma folha leeeeve, leeeve, deliciosamente leeeeve sobre os meus ombros.

Agora, respiro no compasso do alívio e na busca dessa permanente ternura, assim-assim...

e da reclusão assim tão somente; tão presente no vazio, tão vazio no presente, seguindo, seguinte, por seguir...só e somente...sem persistir, já persistindo no que julgo vulgo certo-incerto, nas indiretas das diretrizes do aprendizado do passado e do que virá e, principalmente, na certeza do agora. Já!

domingo, 5 de junho de 2011

Da confiança e a [des] igualdade de dois estranhos íntimos


Como afirmar que não quer se afundar, se é profundo e leve o que temos?

Por que segue me observando e aprovando passo a passo?

Como compreender os limites de uma relação tão vil?

Como mensurar os sentidos se minha pele pede a tua?

Como controlar o pensamento, se é na tua “nem uma coisa nem outra“ que eu quero estar?

Como ser o meio, se quando juntos é inteiro e infinito?

Como concentrar-me se o tema me leva a questão, e de novo e de novo?

Como separar as coisas, se isto já faz parte da origem?

Como compreender o que me segura, o que não me impulsiona a resvalar para os sete ventos o que se passa aqui dentro?

Qual é o medo que nos emudece, se um tem certeza das incertezas do outro?

Como ser a alternativa ao que está solto no mundo?

Como pode DESCONFIAR do meu silêncio, se é idêntico ao seu?

O que me faz pensar que isso basta?

Qual é o anestésico que me alivia e paralisa? Não sei. Por isso sigo até descobrir...


Ninguém lê o que se passa aqui... eu sei, ele sabe... nós sabemos.