sexta-feira, 4 de janeiro de 2013

Magreza



S. f.

1. Estado de magro.
2. Falta de carnes (no corpo).
3. [Figurado] Deficiência, falta, escassez.


Eles queriam alguém magro. Magro de espírito. Sarado de consideração. Com zero de respeito.
E apenas duas calorias de amor.

Ela sonhava com a companheira sarada de agonias, com zero de sensibilidade e nem um grama de opinião.

Eles desejavam a magreza no café da manhã, no almoço, no jantar. E na ceia, uma pitada de status e belas marcas.

Nas férias, ele queria a magreza do afeto, a finura do silêncio, e a pouca espessura dos beijos, abraços, toques e carinhos. Já ela, na rotina, optava pela elegante soberba, a esbelta manobra e a luxuosa máscara.

Ele queria o sexo descarnado, o franzino amor e a entrega com adoçante.

Juntos, nessa anorexia vivida, eles perdiam massa, alegria, esperança, consistência e desapareciam na existência dos gordos e alegres pensamentos e plenitudes da jornada chamada compartir.

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Livres ou escravos?





Num dia desses, intermediando uma discussão de minha irmã com minha mãe, ouvi uma definição exata para aqueles que se dizem tão livres, que só fazem o que querem, gostam e somente quando querem: são os escravos de suas vontades. 

Ela, minha mãe, severamente carregava na tinta quanto à algumas atitudes da minha maninha, mas me fez pensar nas outras pessoas à minha volta que já conheci nessa situação.

Sabe aquela pessoa que defende seus ideais, atitudes e escolhas acima de tudo e todos, sem ponderar na troca benéfica que pode resultar em ceder ou participar de uma escolha diferente da que está acostumado? É desse tipinho que estou falando.

São esses que se dizem cheios de si, de personalidade reta e única que se tornam na verdade as mais intragáveis companhias em determinadas situações. Situações que exigem mais humildade, compartilhamento e companheirismo estão sempre a nos indagar se não está na hora de realocar nossos conceitos.

De que adianta gabar-se de tamanho domínio de si mesmo se o mundo para girar depende da interação entre as pessoas? E mais: para haver interação entre as pessoas muitas vezes será necessário se adaptar aos preceitos dos outros. 

Estou farta de ter por perto pessoas que se dizem pregadoras da Liberdade, mas que não absorvem, nem liberam nenhum pressuposto estabelecido. Estes são na verdade falsos-libertinos que na verdade se apresentam muito mais conservadores do que carolas e pastores.

É importante ressaltar que não direcionei esse lamento a ninguém porque todo mundo, inclusive eu, cabe neste papel, mas se a carapuça serviu, vista-a. E, de preferência, reveja a sua consciência, escolha mais e permita-se mudar de opinião. Isso não é um crime. Pois pode ser que esteja perdendo o melhor da grande brincadeira que é viver em toda a sua plenitude (crescer, doer e evoluir). Véi, na boa, você está fazendo isso errado.

segunda-feira, 8 de agosto de 2011

2 e 2


[Argumento capcioso que induz a erro]
A falácia..
Altamente necessária
Para crescer
Para esclarecer
Para viver
E para acabar

domingo, 26 de junho de 2011

Inércia (de volta ao barco)



"(...) Se falo em mim e não em ti
 É que nesse momento
Já me despedi
Meu coração ateu
Não chora e não lembra
Parte e vai-se embora "
(Coração Ateu - Sueli Costa).

O barco que nos leva e traz vem à tona e num impulso protecionista "cá e lá"² novamente se habita em mim.

E ao som de canções de Sueli Costa, interpretadas por Lucinha Lins, "eu recuo, eu prossigo e eu me ajeito. Eu me omito, eu me envolvo e eu me abalo. Eu me irrito, eu odeio, eu exito. Eu reflito e me calo" (Cão Sem Dono - Sueli Costa).

 Sem perspectiva... [des]posicionada. E pouco expressiva. Quase nula... encontro-me e não me reconheço. 
A vida me arranca o emprego, me trava a coluna, a conclusão dos fatos, o curso, a monografia, o sentimento e alastra por todos os lados o medo, o cabo do medo, o abuso, o abuso do medo, o insulto, o insulto do medo. 
A clareza é evidente e inalcançável nessa polaridade de quereres e não quereres do que externamente interfere no que em mim se oculta e se expele alternadamente, como de costume, apesar de todo altruísmo e poder de decisão, inerente à minha personalidade agora totalmente inerte em meio a tanto vento.

domingo, 19 de junho de 2011

Brandura a me vestir...


Perseguição branda da maturidade imatura de ser inteira por parte...

Objetivo direto e meigo de agir com serenidade, afastando de dentro toda agitação na tentativa de uma perspectiva diferente da habitual.

Racionalidade e alçadas maiores que se cruzam ao longo do tempo, que não é medido com grande exatidão.

Desejo árduo de se integrar à tudo que é solto e profundo na infinitude dos seres e seus devaneios que surgem e inspiram vôos e flashbacks.

Medo tênue que não assusta, nem abandona essa trajetória pouco e muito linear dessa breve estória.


Verdades expostas à cara limpa e dura, e doce e linda noite-manhã. 


Invisibilidade declaradamente dúbia e digna de se viver nessa "lua a furar nosso zinco".


Variabilidade de influências e contornos que a vida traz à tona e oculta num piscar de olhos para o sono cair como uma pluma, sem ruído e sem pesar.

Peso do algodão que veste o corpo num dia fresco ou do cobertor que esquenta a noite.Não há isenção, não tem hora, nem previsão

...um doce mistério que paira como uma folha leeeeve, leeeve, deliciosamente leeeeve sobre os meus ombros.

Agora, respiro no compasso do alívio e na busca dessa permanente ternura, assim-assim...

e da reclusão assim tão somente; tão presente no vazio, tão vazio no presente, seguindo, seguinte, por seguir...só e somente...sem persistir, já persistindo no que julgo vulgo certo-incerto, nas indiretas das diretrizes do aprendizado do passado e do que virá e, principalmente, na certeza do agora. Já!

domingo, 5 de junho de 2011

Da confiança e a [des] igualdade de dois estranhos íntimos


Como afirmar que não quer se afundar, se é profundo e leve o que temos?

Por que segue me observando e aprovando passo a passo?

Como compreender os limites de uma relação tão vil?

Como mensurar os sentidos se minha pele pede a tua?

Como controlar o pensamento, se é na tua “nem uma coisa nem outra“ que eu quero estar?

Como ser o meio, se quando juntos é inteiro e infinito?

Como concentrar-me se o tema me leva a questão, e de novo e de novo?

Como separar as coisas, se isto já faz parte da origem?

Como compreender o que me segura, o que não me impulsiona a resvalar para os sete ventos o que se passa aqui dentro?

Qual é o medo que nos emudece, se um tem certeza das incertezas do outro?

Como ser a alternativa ao que está solto no mundo?

Como pode DESCONFIAR do meu silêncio, se é idêntico ao seu?

O que me faz pensar que isso basta?

Qual é o anestésico que me alivia e paralisa? Não sei. Por isso sigo até descobrir...


Ninguém lê o que se passa aqui... eu sei, ele sabe... nós sabemos.

segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011

Classe o escambau! Aos efêmeros chulos



Se...


Se eu tivesse posto em prática toda a fibra fina e potente que decididamente possuo teria respondido muitas coisas e preenchidos lacunas há tempos ...


A percepção apurada e minha língua afiada, costumeira, foi acuada, faltou pulso e impulso para responder a todas as provocações as quais eu tinha duras e verdadeiras constatações e revelações a pôr em público... e em questão...


Você (s) define (m) o que é ter classe? Tem certeza?


Eu não tenho classe na cama, nem na trama, eu tenho TESÃO, IMPULSO, AFAGO,  DESEJO, ARDOR, PAIXÃO, LOUCURA! Eu tenho e dOo ALMA, AURA,  BRILHO e LUZ!


Alguns não tem classe na mesmice, nem no furacão, nem no redemoinho - INNHO inho inHO... paira a sombra... o reflexo turvo...


Isso é não ter classe.  Permissão para me retirar, senhor! 




Regurgitando versão remasterizada...